sexta-feira, 6 de maio de 2011

"Vida passada ou a mesma vida?"


Esquecemos ou não presenciamos, mas houve um tempo em que se corria livremente nas ruas, avistando belas chácaras no caminho. De manhã quando faltava o pão de costume, dividíamos pão de macarrão mesmo que está valendo, pois quanto mais dividíamos, mais tínhamos,havia leite a vontade e vacas nas ruas, muitos carros também, ou melhor, carrinhos de mão onde neles havia verduras frescas diretamente das chácaras.

Lindas lojas se exibiam aos olhos onde nas melhores vitrines revelava-se o couro puro. Bailes em casa de família tornavam todos espetaculares e de extrema elegância. José Mojica criava expectativas únicas, Hebe estava nos cinemas, Roberto Carlos era mais apreciado, o teatro de circo tinha um enorme destaque e respirava-se ar puro em pleno São Paulo.

Assim relata Dona Clarisse, criada no Brás SP, que aos 99 anos, tem a memória aguçada, memoriza com facilidades seus pertences pessoais por conta de não enxergar mais “com os olhos”.

Cita ela, que conheceu só gente boa na vida e segundo ela “São Paulo cresceu de mais, se tem tudo e não se tem nada”, não existe gente como antigamente. Perguntamos se tem algo que ela gostaria de realizar ainda hoje. “Aos 99 anos?” Indagou ela, dizendo que já teve seus filhos, casou eles, é religiosa teve uma família que fez da sua vida satisfatória, agora ela diz que para e espera...em um outro momento ela diz que nunca saiu do Brasil.Embora seus parentescos já tiveram essa oportunidade.Será que seus olhos não brilham pra conhecer algo mais?

Somos em cerca 90.732.694 habitantes só no Brasil, 22,5 habitantes por quilômetro quadrado, e ai? Será que já conhecemos pessoas o suficiente? E através de pessoas, oportunidade também de conhecer épocas diferentes? E em épocas diferentes espaços diferentes? E no mesmo espaço modos de vê-lo, padrões diferentes e regras diferentes ou até mesmo, apenas o “NOVO”. Um novo de não se contentar em ter um fim.

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