Aqui falo sobre desmedidas inconscientes,
falo em todas as vezes que em uma relação as memórias de uma imagem se
manifesta, e o poder do controle é explorado numa aparente simples discussão,
ou uma série delas, que adquire uma grave sequela quando além de não
reconhecido é abusivamente um ato agressivo na mente de uma pessoa, calando a
boca do outro em diversos assuntos ao longo da relação, moldando a caráter em
pró de sua própria imagem... E se trocarmos a palavra abusivamente por educadamente,
educadamente argumentando com poder? Ou melhor, respeitosamente argumentando
com poder? Falo de uma dessas coisas
invisíveis, camufladas, que vai tomando espaço afetivo na cabeça do outro por
trás da palavra namoro, onde tudo se resume entre deu certo ou não deu certo e fica
naturalizado nas questões que envolvem essas pessoas como pessoas, como portadoras
de arquétipos, como sensíveis não pelo fato de não ter dado certo, mas com o
lugar em que foi colocada (o) e não mesmo por não ter dado certo, ou por não
ter sido como queria e todo esse papo de se iludir, esse disfarce argumentado com
educação e palavras dóceis vai trabalhando as percepções inconscientemente
preconceituosas, com péssimas bases históricas, mas bem ditas e de diversas
formas em diversos estados emocionais com as devidas explorações das linguagens
e citações, vão se tornando verdades, que só acontecem por que existem mais
reafirmações, vai controlando a percepção nos acontecimentos para que se torne
verdade para si através do convencimento do outro, laçando assim o outro em
suas percepções temperando a gravidade.
Isso pode ser ilustrado, por
exemplo, numa circunstancia que ao apontar que a pessoa na relação está
julgando, exagerando... eu desvio o meu ato de refletir sobre tais diagnósticos
ou coisas que são faladas, ocupando o outro a pensar que está julgando ( isto
ao julgar-lo que está julgando), ou as variantes disso, podendo com isso impedi-lo
de continuar falando questões a serem resolvidas, e assim ficar na mesma zona
de conforto sem ser incomodado, ou ouvir apenas aquilo que convém. E uma pessoa
no lugar de verdades incontestáveis se torna submissa a esse processo
específico, que ao invés de se construir juntos na relação de debates produtivos,
vai pra um lugar de constância em obediência, doutrinação ou de distúrbios na
contestação deles, conflitos nos ensaios de argumentos que cai sempre a mercê
do que o outro está decidindo dentro da sua própria construção, geralmente é
mais comum em homens num condicionamento machista, uma armadilha grave. Por
exemplo, se eu elogio uma pessoa por fazer algo para mim, ela vai fazer mais
vezes por que gosta de mim dependendo de como é conduzido, com liderança para
poder próprio, ao perceber que isso da certo na relação, ousa-se cada vez mais
desses elementos chantagens não óbvios, acontece então uma direção dos tempos
para fazer coisas que mais favorecem um lado, e muitas vezes não conscientes,
uma vontade satisfatória fica suprida, a de ser servido junto ao habito
trabalhista de imperar, competir ou até mesmo se pós uma relação afetiva
chamada namoro, a pessoa impor a palavra agora é amizade, arrisca e desrespeita
todos os princípios e valores que uma amizade pode de fato ter, que uma vez convencida,
aprisiona a pessoa na imagem que quer. Ou em outro exemplo, até acontece a sutileza
do ato de ouvir o outro, mas para depois usar o que o outro disse e manobrar exatamente
ao que quer, se aquilo passa a existir dessa maneira a liderança e controle
fica impecável, mesmo que isso tenha um preço emocional para ambos. Claro é estrategicamente
convincente de maneira recíproca para que funcione, por mais que a pessoa seja
esperta e inteligente, é difícil reagir dentro da posição de tolerância,
paciência para deixar fluir, de acreditar mesmo naquela relação, só que na hora
nunca da para perceber de imediato quando está acontecendo uma agressão
invisível com a pessoa além da imagem que se construiu com ela, isso e demais fatores
são reproduzidos num modelo típico, barato e silenciosamente devastador, às
vezes de maneira machista insisto, ou seja, que se opõe a mulheres ou que de
maneira inconsciente agride por cansaços emocionais, e vai calando a boca por
estados depressivos é claro!!! Relações podem ser principais instrumentos para
um estado mais grave se desamparado nessas questões, levando em consideração as
memórias que são construídas no conjunto de coisas, logo se é inconsciente é
impossível argumentar por que a pessoa que tende a controlar por não querer se
ver naquilo e não possui essa sensibilidade, fica indiferente a questão, nega e
argumenta outra coisa mais convincente, mais fantasiosa por cima e se desresponsabiliza
totalmente dessa parte deixando o outro existindo dentro de si numa postura
talvez inferior ou a margem, algumas frases de encaixe e recorte de livros de
filosofia espiritual podem ser bem usados para camuflar uma postura fria de desamparo,
mas não resolve se não for aplicada na prática, acaba por ser ilusoriamente
confortável.
Atos esses reproduzidos por muitas famílias
tradicionais, muitos que de alguma forma blinda, protege a imagem do gerado
nesse limbo de coisas abandonadas, onde neste recorte avulso sofrimento é visto
como crescimento, (não num processo natural do ser existencial, mas neste caso
como contribuinte pra evitar a responsabilidade emocional na relação mesmo), desapego
é também neste caso uma justificativa diante do trabalho da entrega, a doação é
um pretexto para se sentir superior, essas coisas são confundíveis para o mundo
programado, com a imagem vendida da vaidade chamada sucesso profissional, casório,
filhos, casa própria, amigos, veículo próprio, as metas se prendem a esses
fazeres tão socialmente cobrados, logo a pessoa que se une por amor, e entra na
relação no nível de entrega, é rapidamente violentada ao ser induzida para se
encaixar nisso com o outro, ou para postura de processo seletivo racional, a
mesma lógica de conseguir um cargo numa empresa e conseguir fazer parte da vida
da pessoa, vida esta que é metaforicamente fragmentada e necessita de análise e
espera de ligação para saber a aprovação harmônica daquilo, se escondendo
também em redes sociais, que é a maneira de sustentar a imagem perfeita suas
ações.
Esta lamentável busca claro que
de maneira obsessivamente racional, gera além da sensação de superioridade,
sérias angústias afetivas que pouco quer assumir, é normal se atropelar morando
em São Paulo, ficar doente, ansioso, contagiar com estados de consciência, realizar
terapias, participar de religião, encontrar um argumento espiritual para
justificar essa forçada de barra consigo mesmo, etc, afinal abordo aqui
desmedidas incompensáveis, estou claro desmascarando por trás de uma admiração mais
comum através da imagem que fica por trás dos bastidores, além dessa
sociabilidade como professor, artista, palestrante, administrador de empresa, músico,
ou seja lá o que for... Transita-se e transtorna
uma relação mais intima com o outro, onde na observação temos que medir limites
antes que torne um infinito inferno, se manter atento na relação é considerar e
preservar a conexão ao invés de criar paredes e labirintos difíceis de acessar
e fáceis de acostumar.
Mais uma vez a palavra namoro me coloca
na rede de posturas como esses jogos de armadilhas, que pouco é notado ou
naturalizado diante desses suportes, ou quando é notado já estão graves ou já
considerado problemas emocionais, traumas... Mas muito comum entre mulheres,
aguentando caladas essas imagens agendadas, aguentando estes lugares por muito tempo,
trata-se de um relato expositivo vivo que não merece um cala boca nem freios de
demarcações fragmentadas, nem muletas (distração, deslocamento para outras
coisas), isto, portanto é parte de um todo, é o principal canal de acesso para
verdadeira realização divina interior e alcance do tantrismo e autoconhecimento,
pois quando o interesse está na essência tudo flui.
Este texto é escrito especialmente
direcionado ao acolhimento a muitas mulheres e pessoas que de alguma forma
estão em uma situação de baixa estima, ou passam por algum inicio de transtorno
dentro ou pós uma relação de namoro ou variante, exercendo um esforço
energético emocional desgastante para fluir, sendo colocada em submissão dos
efeitos e causas não aparentemente abusivas, mas abusivas e consequentemente
agressivas nestes modelos vaidosos citados.
*Inspirado em circunstâncias reais da minha relação recente e discreta com Marcos Rodrigo da Rosa.
Embora nada seja pessoal, nem mesmo com minha identidade em primeira pessoa, citarei alguns nomes como forma de agradecimento nessa minha jornada.*
Oongeobawka
Hare Pupa
Compartilho ainda um mandamento conjunto, ao expor ele não é mais meu,
é nosso...Portanto uma oração conjunta.
Acredito na minha ingenuidade de dizer verdades e teimo em dizer sério,
olhos nos olhos atentamente para ouvir de pertinho o universo que o outro tem a
revelar antes de transbordar os meus sentires, entrego essas verdades fora das
caixinhas ao máximo de cuidados, são como cristais bem polidos para que depois
não me arrependa de uma opressão comum em silêncio por não preserva-lo, digo
ainda que sou furiosa e meu silêncio em momentos em que me silencio, trata-se
de um silêncio meditativo que se reflete nestes cristais, não acontece com
sutis ordens manipuladas por forças externas a mim, e que meus protestos não
são barulhos à toa, nem barracos exagerados, nem ao menos são barracos, não
hora é ideologia hora são birras, é atemporal e continuo que o farei muitas
vezes em épocas diferentes, jamais duvidei de minhas consequências, prefiro
aprender assim, falando sobre a liberdade e banhando-me de intensões de se
importar mais com pessoas do que com a imagem que a pessoa me causa diante de
um meio social, de me importar como me sinto e como faço o outro se sentir,
lubrifico meus olhares aos desacordados, indiferentes, pois sei que sofrem ao
pensar que as coisas se resolvem na distância das questões que retratam
desafios, fantasiam seus desejos, se prendem a imagem, em caixinhas, por isso
com palavras escritas falo, falemos silenciamos, com temperamento do tempo,
sol, chuva, ventania... Nada é isolado, Caso contrário de minhas reações e
percepções eu estaria morta por submissão.
Karina 10/10/2017