A oportuNidadE de ter
outra oportunidade para poder erRar
Não houve dessa vez,
quem sabe na próxima oportunidade haverá esta oportunidade’.
Abriu-se uma cortina em meio à viagem, não sabia o que fazer,
pois haviam muitos convidados pra a peça, todos muito apertadinhos e aconchegantes,
mesmo não tendo lugar para todos, todos queriam ver o espetáculo, e se
apertavam ao entrar, os mais novos davam lugar para os mais velhos, não se importavam
de ficar de pé e a pesar da fome se conformavam ao saber que uma voz se
preocupava com a segurança de todos o tempo todo, era possível ouvir o aviso“
Ao sair cuidado com o vão entre o trem e a plataforma” era gratificante ouvir
isso, o espetáculo era tão importante que haviam câmeras de registro por toda a
parte, não queriam perder um segundo de cena, levando e trazendo comecei a
fazer a minha viagem, tinha em mãos a coordenação motora o suficiente para o
espetáculo e na mente o equilíbrio e a forma para sustentação corporal,
montaram tudo pra gente, as barras de ferro,o movimento de cena e o público...
Todos os dias começava no mesmo horário era Perfeito hahaha
Ouço os apitos e as portas se moverem é hora de começar
Vejo que alguns eram tão fãns de teatro que se fanatizavam
com uniformes e maquiagem saiam assim nas ruas, Lindos todos, muito dramáticos,
olhares fixos e concentrados, um deles resolveu interagir comigo, queria testar
minha resistência, meus limites, achei fantástico malabares sem as mãos, stand
up de perguntas e respostas, contorcionismo interativo, vários deles todos
uniformizados, foi uma dança linda e me deixaram ser protagonista da cena o
tempo todo.Pusha!!! Eram fãns mesmo... Levaram-me pra casa em um carro de luxo
que piscava no escuro, fiquei no porta malas acho que queriam fazer uma
surpresa,chegando lá o cenário mudou, era obscuro havia uma cela e mais pessoas
do teatro, todos gostavam de escrever e desenhar, muitos papéis nas mesas,e
muita dedicação para com esses papéis, o que me entristece é que não enxergam este
teatro e me sinto um tanto quanto aprisionado
ao saber que sou ícone principal de desejo humano e incontrolável representação
inconsciente preso por quem já está preso e baleado pelo medo da verdadeira
verdade humana.
Quando as cortinas fechavam ouvi minha voz dizendo:
’BusCo por uma opOrtunidAde,
A oportuNidadE de ter
outra oportUnidade para poder erRar
Não houve dessa vez,
quem sabe na próxima oportunidade haverá esta oportunidade’.