Quando correr se torna uma aventura, seu traço fica no corpo
se movimentando com o ar que lhe envolve, colocados como bonecos de manipulação
tudo acontece debaixo dos nossos narizes, nossas mentes são ativas em corpos
tão mortos, desacordados saímos à caça de prazer, ouvir parece distante da
nossa capacidade de escutar, o descarte de informações é o copo cheio que está
sendo segurado a vida toda, piorando hora a hora, a má seleção de conteúdo é o
alimento em resto que paira, a forma mais sábia de viver é o inacessível a
imaturidade dos corpos diante da mente, o pensamento já não se entusiasma, o
corpo se recolhe e a indústria te coloca no mercado para se drogar de viver e
atropelar seu tempo, a falta de respeito não é percebida e a falta de final
deixa tudo muito vago, a consistência é gosmenta nas gotas de chuva que
parece-me fazer correr, mas não era eu, a aventura deixa morto a exemplo de
quem um dia se aventurou.
A transparência existe para ficar enjaulada servindo de
recreio nos intervalos das trágicas apresentações, a boa intenção é um veneno
de ingenuidade quando se está nas trevas do próprio universo, a dança no
escuro, portanto não é vista por ninguém que não saiba acender uma luz em meio
ao egoísmo, tão ocupados olhando para um nada que esqueceu-se de existir, ficando no meio do tempo incompleto.
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